"Senta a Pua" num
linguajar mais popular, é o equivalente ao "Desce o Porrete". Pua significa
cocar de guerra, uma espécie de porrete que os nossos indígenas usavam para
quebrar os ossos dos inimigos, inclusive os crânios. Uma ironia bem bolada dos
militares brasileiros para provocar os nazistas, que assumiam o mesmo conceito,
só que com um martelo. Foi uma gíria que surgiu no Nordeste do Brasil na década
de 40.
A ligação com o 1º GAvCa é
que Entre os voluntários selecionados havia muitos jovens de origem nordestina
oriundos de bases na Bahia e no Recife e outros que estavam servindo nos Afonsos,
Rio de Janeiro. É uma expressão com
vários significados e pode ser entendida nesse contexto como não correr da
luta, lançar-se sobre o inimigo com convicção e vontade de vencê-lo não
importando o perigo e a adversidade. Este emblema extraordinário é o símbolo e
grito de guerra do 1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira, tendo
suas origens na Segunda Guerra Mundial.
O símbolo foi criado pelo
então Capitão Aviador, depois Major-Brigadeiro Fortunato Câmara de Oliveira,
Comandante da Esquadrilha Azul, o que foi feito a bordo do navio USAT Colombie, que transportou a
Unidade do Porto de Norfolk Virgínia-EUA, ao porto de Livorno. Apareceu, então,
pela primeira vez, a figura atlética do Avestruz do 1º Grupo de Caça, que nunca
escondeu a cabeça diante do perigo. Sou fascinada por histórias da guerra e
este símbolo é o meu preferido.
Ao contrário, os que o
levaram em suas missões de guerra, pintado na carenagem do motor dos
Thunderbolts, foram condecorados por atos de bravura pelo Governo dos Estados
Unidos, por proposta do Comandante da 12ª Força Aerotática da USAAF, a quem o 1º Grupo de
Caça estava subordinado operacionalmente no Teatro de Operações do
Mediterrâneo. O Avestruz Guerreiro do "Senta a Pua!" foi para a FAB o que representa o emblema
"A Cobra Está Fumando" para o Exército, através das batalhas de Monte
Castelo, Montese e outras, sustentadas e vencidas pelos heroicos pracinhas da
Força Expedicionária Brasileira.
A simbologia é magnífica, a
faixa externa verde e amarela significa o Brasil, o Avestruz é a velocidade e maneabilidade
do avião de caça e o estômago dos pilotos, que aguentava qualquer comida,
alimentação que lhes era oferecida, que contrariava todos os hábitos
alimentares a que tivessem se habituado: feijão com açúcar, ovos em pó, leite
também, etc. O quepe do
avestruz significa o piloto da Força Aérea.
O escudo é a robustez do P-47 e
proteção ao piloto. O fundo azul e
estrelas, lindamente é o céu do Brasil com o
Cruzeiro do Sul. A pistola, o poder de fogo do
Thunderbolt. A nuvem significa o espaço aéreo. A fumaça e estilhaços é a artilharia antiaérea ( FLAK) inimiga. O fundo vermelho é o sangue derramado pelos
pilotos na guerra e a frase “Senta a
Pua” excelentemente é o grito de guerra, que foi lembrado pelo então Ten. Rui
Moreira Lima que o ouvia, constantemente, quando servia na Base Aérea de
Salvador. Ouvira-o do então Capitão Aviador Firmino Alves de Araújo (falecido
como Brigadeiro do Ar) que, com essa expressão - pronunciada de modo impulsivo
- concitava os companheiros e subordinados ao cumprimento rápido das missões e
ordens que dele recebiam. Nada melhor, portanto, que aplicá-lo ao combate, como
já o tinham o "A la chasse!" dos franceses e o "Tally Ho!"
dos ingleses e americanos.
O símbolo Senta a pua está
exposto no National Museum of the U.S. Air Force. A história da aviação militar
brasileira na 2ª Guerra Mundial, maior conflito da história da humanidade, um
tremendo combate impressionante e admirável, é realmente extraordinária, meus
parabéns e grandes vivas aos veteranos, aos nossos aviadores. O orgulho é
imenso aos nossos heróis e de ser Brasileira. Continuemos “Sentando a Pua”.
* Imagem google.com
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